Por: Estado de Minas
De acordo com o texto, Auxílio Brasil, de Jair Bolsonaro, é menos eficiente que o Bolsa Família, da era PT (Crédito: Divulgação/Ministério da Cidadania) |
De acordo com a Agência O Globo, o parecer da equipe técnica aponta pagamentos indevidos na inclusão de 3,5 milhões de famílias em agosto. O pretexto desses pagamentos era zerar a fila, no entanto, o principal objetivo era impulsionar a campanha de Bolsonaro na disputa à reeleição.
O relatório, que ainda será submetido ao plenário do TCU, mostra que a quantidade de famílias beneficiadas pelo Auxílio Brasil aumentou de 18,02 milhões em março deste ano para 21,13 milhões em outubro. Entretanto, as análises realizadas estimam, de maneira conservadora, que o universo de famílias elegíveis era menor, de 17,62 milhões de famílias, segundo o relatório.
Ainda segundo a Agência O Globo, os auditores ainda alertam que o Cadastro Único, base de dados utilizada pelo Ministério da Cidadania para autorizar os pagamentos, não foi atualizado devidamente após a pandemia.
Ineficiência do programa
De acordo com os técnicos, o relatório aponta que a piora na gestão do cadastro levou a uma fragmentação das famílias com o objetivo de obter maior rendimento do programa.
“A maior evidência é a duplicação da quantidade de famílias unipessoais beneficiárias desde 2020”, diz o documento, acrescentado que os dados populacionais do IBGE não confirmam esse tipo de mudança no perfil da população brasileira.
Menos eficiente que o Bolsa Família
O universo de famílias com apenas uma pessoa chegou a 4,92 milhões – o que representa 24,4% do total. Com duas pessoas, 5,35 milhões (26,5%). Famílias com três pessoas, 5,03 milhões (24,9%); com quatro pessoas, 2,92 milhões (14,5%) e com cinco pessoas ou mais, um grupo de 1,02 milhões (6%). O universo de famílias com mais de seis pessoas foi de 747 mil, ou 3,7% do total.
Segundo técnicos, o benefício de R$ 400 somado aos R$ 200 acabou por gerar maior desigualdade de renda per capita entre os beneficiários do Auxílio Brasil.
Os especialistas usaram como referência a linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial (renda per capita de US$ 5,50 por dia) para estimar o impacto do programa. Considerando os R$ 600 de valor de benefício, o custo para a reduzir a pobreza no país em um ponto percentual foi estimado em R$ 1,72 bilhão por mês.
Se fosse adotado o desenho do Bolsa Família, este custo seria menor, de R$ 1,43 bilhão. “Conclui-se que o Auxílio Brasil é menos eficiente no combate aos índices de pobreza do que o Bolsa Família”, diz o parecer.
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