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,SAÚDE Pernambuco participa de estudo inédito com vacina brasileira contra a gripe aviária em humanos



A vacina, considerada inovadora por ser a primeira totalmente brasileira voltada ao vírus da gripe aviária, utilizará tecnologia já consagrada na produção da vacina contra a gripe comum %u2014 disponível anualmente no Sistema Único de Saúde (SUS)
Por: Larissa Aguiar

Divulgação



A primeira vacina brasileira contra a gripe aviária em humanos está prestes a entrar em fase de testes clínicos e terá Pernambuco como um dos protagonistas dessa iniciativa científica. Desenvolvido pelo Instituto Butantan, o imunizante aguarda autorização da Anvisa para iniciar os testes em 700 voluntários distribuídos entre o estado, São Paulo e Minas Gerais. No território pernambucano, a pesquisa será liderada por dois nomes da ciência local: os pesquisadores Rafael Dhalia, da Fiocruz PE; e Carlos Brito, do Plátano Centro de Pesquisas Clínicas, onde o estudo será conduzido.

A vacina, considerada inovadora por ser a primeira totalmente brasileira voltada ao vírus da gripe aviária, utilizará tecnologia já consagrada na produção da vacina contra a gripe comum — disponível anualmente no Sistema Único de Saúde (SUS). A grande diferença, segundo os cientistas, está no foco específico: o imunizante é monovalente, voltado exclusivamente à cepa H5N8, uma das variantes mais agressivas da influenza aviária.

“Trata-se de uma vacina que pode criar anticorpos eficazes contra o vírus, funcionando como pilar preventivo para evitar uma nova crise pandêmica”, explica Dhalia. “A população pernambucana tem a oportunidade de participar ativamente dessa construção científica que pode salvar vidas no futuro.”



Acervo Pessoal/Cortesia


O envolvimento de Pernambuco nesse estudo é mais do que simbólico. Representa um avanço estratégico para descentralizar a pesquisa biomédica no Brasil, historicamente concentrada no eixo Sul-Sudeste. Com infraestrutura robusta e uma equipe experiente, o Plátano Centro de Pesquisas Clínicas já conduziu, nos últimos anos, investigações sobre vacinas como a tetravalente contra a influenza e a imunização contra a Chikungunya. Hoje, figura entre os maiores centros de recrutamento de voluntários do país.

“Esse protagonismo reflete o planejamento técnico e o engajamento dos pernambucanos com a ciência”, afirma Dhalia. “É um sinal claro de que o Nordeste tem plenas condições de liderar pesquisas de impacto global.”

Em Pernambuco, os voluntários serão divididos em dois grupos etários: entre 18 e 59 anos, e com 60 anos ou mais. Cada participante receberá duas doses da vacina — ou placebo — com intervalo de 21 dias entre elas. Apenas um em cada sete voluntários receberá o placebo. Durante os sete meses seguintes, eles serão acompanhados por consultas médicas, exames clínicos e contatos telefônicos para monitoramento.

O protocolo inclui uma triagem rigorosa, com exames hematológicos, bioquímicos e sorológicos realizados no Real Hospital Português. Já a análise da resposta imunológica celular será conduzida na Fiocruz Pernambuco, fortalecendo a participação das instituições locais em todas as etapas do estudo.

“O acompanhamento será feito em sete visitas presenciais e quatro contatos telefônicos. Essa metodologia permite avaliar tanto a segurança quanto a eficácia imunológica da vacina de forma criteriosa”, explica Dhalia.

A urgência da iniciativa encontra respaldo em dados preocupantes. Desde 2003, foram registrados 954 casos de gripe aviária em humanos em 24 países, com 464 mortes — o que representa uma taxa de letalidade de 48,6%, muito superior à covid-19. Mais recentemente, em janeiro de 2025, a morte de um cidadão norte-americano infectado pelo H5N1 levantou o alerta global ao revelar mutações que indicam possível transmissão entre humanos.

Em aves, o impacto já é devastador: desde 2021, estima-se que mais de 300 milhões foram mortas pelo vírus em surtos registrados em 79 países, afetando também 315 espécies silvestres. “O cenário é alarmante. Ter uma vacina eficaz para humanos é, neste momento, uma necessidade estratégica. Não é mais questão de ‘se’ a próxima pandemia virá, mas de quando”, alerta Dhalia.

Além do avanço técnico, o estudo também é um marco de mobilização social e científica. O pesquisador destaca o papel essencial dos voluntários para viabilizar o estudo e transformar a ciência em solução prática para problemas de saúde pública.


“Na pandemia de COVID-19, vimos como a ciência pode salvar vidas, mas também como o tempo é determinante. Estarmos preparados é essencial”, diz ele. “Desta vez, o Brasil tem a chance de sair na frente, com uma vacina 100% nacional. Para isso, o apoio da população é fundamental.”

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